sexta-feira, 28 de março de 2014

Texto


O argumento é criado com base nas  histórias que recolhi junto da população e tem como estrutura a farsa,  género trágico-cómico transversal à representação dos títeres tradicionais fundamentado na comédia dos costumes.

Leituras de apoio:
O cancioneiro Alentejano, alguns autos de Gil Vicente, peças de tradição bonecreira, tanto de robertos como dos Bonecos de Santo Aleixo, Os versículos traídos, de Milan Kundera e vários dicionários alentejanos.

Produção

Todas as peças são integralmente feitas por mim e de forma manual, a seguinte exposição não apresenta alguns dos processos de tentativa-erro por falta de imagens


Experiências com madeira:





O coral da casa do povo de Serpa:

Decidi representar o grupo coral com fidelidade á sua composição a nível de personagens e trajes bem como aos seus integrantes, respeitando a estrutura física, cor de cabelos, olhos etc.












Trabalho de campo

Pondo em prática os conhecimentos...

Em parceria com a Baal 17, num projecto  escrito  e composto por mim e pela actriz da companhia Helena Ávila, desenvolvemos a oficina “Liberdade à roda da cabeça”, uma oficina de 6 semanas com os Agrupamentos de Escolas de Entradas e Castro Verde, onde trabalhámos o jogo dramático e pedagógico através da marioneta/fantoche. 
Nesta oficina os títeres serviram de contadores de histórias que eram o fio condutor para o desenvolvimento de todas as actividades propostas entre elas a criação e manipulação de marionetas.
Nesta oficina pude desenvolver o ensino do títere, salientando o seu importante papel social integrador e criativo através da visualização de pequenos espectáculos criados por mim, como pela sua construção, por parte das crianças envolvidas na oficina, bem como no final pela apresentação pública do trabalho à comunidade.  Foi uma oficina para os alunos mas para mim também pois desenvolvi técnica, uma vez que apresentei semanalmente uma pequena peça o que me ajudou a recolher informação no que diz respeito a reacção do público  ao humor e vida do espectáculo.
Esta oficina foi também uma oportunidade maravilhosa de colaborara com a comunidade artística desta cidade. 












Organização da Oficina

A organização da oficina teve que ver com a limpeza do espaço, com a  construção mesas, armários, bancos e outras estruturas para guardar e dispor o material, bem como a preparação de outros materiais como tintas feitas a partir de pigmento, pastas de madeira e criação de outros suportes indispensáveis para a iniciação da produção.

Pesquisa

Sítios e pessoas que visitei e outras aprendisagens no sentido de enriquecer o meu conhecimento no que diz respeito á arte bonecreira, ao teatro enquanto meio de comunicação e enriquecimento das emoções e á vida alentejana.

S.A Marionetas e o trabalho do mestre José Gil:
Contactei com o mestre José Gil para que me pudesse introduzir no mundo dos robertos, fantoches de luva tipicamente português, ainda não esquecido por vontade de poucos, que tiveram a honra de aprender com antigos mestres tanto por tradição oral e manual como a partir das suas velhas memórias de juventude.
José Gil tem sido uma ajuda constante no que diz respeito a esta arte, ensinou-te truques de manipulação, como construir uma palheta e ainda me deu um panorama geral desta arte com referências de extrema importância para a restante pesquisa.





CENDREV e os actores manipuladores dos Bonecos de Santo Aleixo:


O CENDREV e os actores foram também uma preciosa ajuda no que diz respeito aos bonecos de Santo Aleixo. Tive a feliz oportunidade de passar dois dias com eles durante uma digressão tanto atrás como e à frente do pano. Também eles me mostraram a história dos maravilhosos títeres e ensinaram-me truques e dinâmicas importantes no que diz respeito à construção de um espectáculo de marionetas.



Worshop drama na educação com Jouni Piekkari

Este workshop que tratou do drama na educação dirigido a educadores e profissionais do teatro, aqui explorou-se várias possibilidades do teatro como forma de comunicação tento em conta a criatividade e a participação de cada interveniente baseando-se os exercícios em histórias que nasciam ao improviso através de determinadas premissas.
Tratando da psicologia do grupo tendo como base as emoções e o humor, este workshop foi uma ferramenta importante para a dramaturgia do meu espectáculo. 


Encontro Nacional de Cenografia:
Neste encontro pude participar em diversas conferencias, algumas delas apenas direccionadas para a arte da marioneta numa perspectiva não apenas tradicional mas também mais contemporânea a partir da qual pude conhecer tecnologia e outras ferramentas úteis  dos dias de hoje.


Museu da Marioneta de Lisboa /Teatro de Marionetas do Porto:
Onde pude ver espectáculos relacionados com a tradição bonecreira e obter informação através livros específicos e pessoas envolvidas na construção e manipulação de títeres.


A arte bonecreira no Alentejo


Este blog pretende mostrar um pouco do meu processo no âmbito do programa jovens criadores que se dividiu em cinco fases: pesquisa, organização da oficina, trabalho de campo, desenho e produção sendo que todas elas coexistem em determinado momento e não se separam, jamais umas das outras.